Cartografia aborda violações em territórios populares do Rio de Janeiro

Nathalia Mendonça, na AFN

Mapear dados e narrativas das periferias é uma estratégia encontrada por diversos grupos sociais para construção de diagnósticos, produção de memória e para valorização de culturas. Com o objetivo de denunciar violações de direitos e fortalecer espaços de resistência, o projeto Rede de Defensores de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, coordenado pela Cooperação Social da Fiocruz, lançou a cartografia Saúde e Defesa de Direitos, sobre os territórios populares do Rio de Janeiro. A cartografia está disponível gratuitamente.

O lançamento da publicação ocorreu (26/10) durante um final de semana de imersão em Paty do Alferes (RJ), que envolveu as turmas de defensoras e defensores populares, coordenadores do projeto e representantes da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. O material apresenta as agendas de moradia, relações de gênero e populações LGBTQIAPN+, relações étnico-raciais, violência, saúde, educação e trabalho digno. Além disso, fortalece as ações de defensores populares de Direitos Humanos, identificando as iniquidades sociais em saúde relacionadas às violações de direitos nas favelas e periferias do estado.

“Esse encontro é uma oportunidade de ampliação das trocas e articulações realizada por cada defensor e defensora, aproximando as turmas. Ao longo do projeto, realizamos uma construção coletiva buscando as intersecções entre essas militâncias. Isso potencializa o trabalho em rede”, afirmou o coordenador do projeto e coordenador da área de Gestão Estratégica da Cooperação Social da Fiocruz, Gabriel Simões.

A publicação é fruto de um percurso metodológico com base nos princípios da educação popular, realizado entre os meses de abril e junho de 2025, sob a coordenação da organização não governamental FASE RJ e da equipe da Cooperação Social da Fiocruz. A construção do conhecimento coletivo foi feita a partir das diversas vivências de cada participante, seus territórios e atuações em defesa dos direitos humanos. A cartografia Social utiliza instrumentos que dialogam com a comunicação popular, com a valorização de saberes populares, com ações coletivas e análise das realidades locais enfrentadas pelos territórios.

Em seu terceiro ano de atuação, o projeto vem formando lideranças comunitárias e fortalecendo o trabalho coletivo no intuito de ampliar a Rede de Defensores de Direitos Humanos e Promoção da Saúde no Estado do Rio de Janeiro (Rede DH) que, atualmente, é composta por 60 defensores que atuam em várias localidades do estado. O encontro realizado no final de outubro reuniu, pela primeira vez, toda rede que foi construída pela formação. Leia aqui a matéria completa sobre a imersão.

Projeto

O projeto visa à criação e ao desenvolvimento de uma rede autônoma de defensores de direitos humanos, ampliando e fortalecendo os movimentos já integrados por elas e eles, além da produção e publicização de um mapeamento das violações em saúde e direitos humanos. A seleção ocorre anualmente, por chamada pública, em ciclos com turmas de 20 lideranças comunitárias e defensores de direitos humanos com experiência de atuação em grupos, movimentos, organizações, coletivos ou instituições em territórios periféricos de áreas urbanas ou rurais do Rio de Janeiro.

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