Reunidos com MPF, indígenas dizem que não terão mais ocupações em MS

Ministério Público tenta negociar a retirada de maquinários das fazendas. Confronto na última terça-feira (14) tem um índio morto e seis feridos.

No G1 MS

Lideranças indígenas disseram que não terá mais ocupações na região de Caarapó, região sudoeste de Mato Grosso do Sul, durante reunião com o Ministério Público Federal (MPF) na tarde desta sexta-feira (17).

Produtores rurais também participaram do encontro. Representantes do MPF tentaram negociar a liberação da entrada das fazendas para serem retirados os maquinários. 

A decisão ameniza o clima tenso de Caarapó depois que agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, foi morto e outros seis ficaram feridos. Cinco foram transferidos para o Hospital da Vida, em Dourados, onde três passaram por cirurgia. Todos continuam internados.

A Polícia Federal (PF) investiga o confronto. Vídeos feitos pelos indígenas vão ajudar na investigação que tem por objetivo identificar os envolvidos.

Segurança

Por conta do clima de tensão na região, o governo do estado pediu ao Ministério da Justiça a Força Nacional de Segurança Pública. Os policiais começaram a atuar em Caarapó nessa quinta-feira.

Um dos bloqueios da Força Nacional é em uma fazenda vizinha à Ivu, que foi ocupada pelos índios na quarta-feira (15). O maquinário dessa propriedade rural foi retirado após negociação do Ministério Público Federal (MPF) com os indígenas.

De acordo com os produtores rurais, são 16 propriedades ocupadas. O MPF não confirma o número.

Além do MPF, a Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, da Câmara dos Deputados, e a Comissão de Assuntos Indígenas, Comissão de Assuntos Agrários e a Comissão de Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul, também estiveram no local para acompanhar a situação.

Nessa quinta-feira foi velado e enterrado o corpo de Claudione. Ele foi enterrado no mesmo local do conflito porque, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), a área está na Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá. Conforme o órgão, ela é tradicionalmente ocupada e está em estudo para regularização fundiária.

Mortes

Em agosto de 2015, cerca de 80 indígenas ocuparam cinco fazendas vizinhas à aldeia em Antônio João (MS). Durante retomada feita por fazendeiros, os dois grupos entraram em confronto e um indígena foi encontrado morto perto de um córrego, dentro de uma das fazendas.

Em maio de 2013, confronto entre indígenas e policiais durante a reintegração de posse de uma fazenda ocupada em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, deixou um índio morto e vários outros feridos.

Leonardo (de azul) se emociona no velório do filho. Foto: Helio de Freitas.

 

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