Deputado diz que, caso assuma a Presidência, não haverá mais demarcações; ele citou a ascensão política do boliviano Evo Morales para perguntar “por que aqui os índios precisam de terra”
Em Dourados, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato à Presidência da República, afirmou em entrevista que se vencer a eleição não demarcará mais nenhuma terra indígena. “Se eu assumir como presidente da República, não haverá um centímetro a mais para demarcação”, disse aos repórteres sul-mato-grossenses ao chegar no Parque de Exposições João Humberto de Carvalho, em Dourados (MS).
“Índio é nosso irmão, quer ser reintegrado a sociedade”, raciocinou o deputado. “Índio já tem terra demais, vamos tratá-los como seres humanos, tem índio tenente do Exército, presidente da Bolívia [Evo Morales], não quer viver em um zoológico?”
Para o deputado, ONG’s e o governo estimulam o conflito. A solução para frear essa guerra estaria em armar o povo. “Tenho projeto para armar o cidadão de bem”, calculou Bolsonaro. Segundo ele, os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula e Dilma Rousseff (PT) armaram as pessoas erradas: “O que fizeram os governos desde Fernando Henrique Cardoso foi armar bandidos”.
Após a entrevista Bolsonaro se reuniu com fazendeiros da região.
Em abril de 2017, conforme registrou o De Olho nos Ruralistas, Bolsonaro disse no clube Hebraica, na zona sul do Rio, que acabaria com todas as reservas indígenas e comunidades quilombolas se fosse eleito em 2018. Um mês antes, o deputado sugeriu dar um fuzil para cada fazendeiro utilizar como cartão de visita contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).