Comunidades de Campo Alegre de Lourdes (BA) estão preocupadas com estiagem e impactos da mineração

Agentes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Diocese de Juazeiro, da Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes e representantes do Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (SASOP) e da Articulação Regional de Fundo de Pasto da região de Juazeiro visitaram as comunidades rurais do município de Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, entre os dias 15 e 17 de agosto.

Por  CPT Bahia

O mutirão de visitas faz parte da programação das atividades do Fórum das Entidades que visa animar as comunidades, identificar problemáticas, avanços, desafios e o processo organizativo. A ação foi também uma preparação para a Assembleia de Trabalhadores e Trabalhadoras, que acontecerá nos dias 2 e 3 de setembro.

As maiores preocupações levantadas no mutirão foram as dificuldades já enfrentadas em relação à estiagem. Foi constatado que já existem comunidades sem água e sem produção. Os impactos causados com a mineração, sobretudo com a construção da barragem de rejeito, que foi iniciada no entorno da mina em Angico dos Dias, pode prejudicar cerca de 400 famílias, num total aproximado de 2000 pessoas de diversas comunidades. A continuidade da pesquisa de minério em outras comunidades, o descaso com a educação – o transporte escolar não está funcionado por falta de pagamento -, postos de saúde sem funcionar, dentre outros problemas também foram discutidos.

Uma grande preocupação também é em relação à situação do país, principalmente no que diz respeito ao desemprego. As famílias que têm filhos em São Paulo informaram que muitos parentes foram demitidos e que, por isso, estão arcando com as despesas de aluguel e até alimentação. Sobre a questão da terra foi levantada a preocupação com a pouca terra ou a falta dela, bem como com o processo de regularização fundiária de minifúndio que está sendo executado.

Os pontos positivos observados durante o mutirão de Campo Alegre de Lourdes foram a organização das comunidades e associações para lutarem por seus direitos, para defenderem a terra e o território; desenvolvendo experiências de convivência com o semiárido, no acesso à água, na produção de alimento saudável ao redor das cisternas de produção; na defesa do meio ambiente e principalmente no enfrentamento à mineração.

Imagem: CPT Bahia

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