Às margens do Ipiranga

Por Rodrigo de Medeiros Silva, no  Estado de Direito

A busca por um novo país

O povo organizado saiu em fileira, cantando e gritando por direitos. Marcha de um povo consciente de que só a luta social traz o bem estar para a população. Vozes nascidas da exclusão, mas que querem dar um basta e um novo país construir.

No caminho juntaram-se outros, que também gritam contra este sistema opressor. Jovens da periferia que, quando não presos ou mortos, são nas ruas taxados de baderneiros. E se somaram diversas organizações de esquerda, que lutam por melhorias para toda a população, que não comungam com a retirada de direitos, que se articulam para propor mudanças.

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A força para distanciar as massas

Mas toda esta marcha parou diante da força do Estado. Instrumento de interesses outros, que não de toda coletividade. Triste momento, o Estado barrou a marcha do povo por mudanças. Garantiu o distanciamento das massas, que seguravam bandeiras e batiam palmas para quem está a serviço do explorador.

Eram famílias inteiras, via-se passar cavalos, viaturas, estudantes, escoteiros, soldados, marinheiros, fuzileiros…tanques. Só não se viu indignação diante de quem parcela salários ou deslegitima o voto da população. Ouviam-se bumbos e canções militares, mas não se escutou um tilintar de panela.

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Democracia congelada

Na beira do Ipiranga mais uma vez não se ouviu o grito de independência, não se escutou o grito dos excluídos. O vento frio dessa manhã de 7 de setembro fez dar meia volta a marcha por um país inclusivo. Caminhada obstruída por uma democracia congelada diante de instituições coniventes com o golpe.

Fotos: Rovena Rosa/Agência Brasil.

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