Quilombolas e índios no litoral de SP recorrem a turismo para sobreviver

Por Giovanni Bello, na Folha

O ato de buscar lenha no meio da mata tende a ser algo simples a quem vive longe dos centros urbanos. A um grupo de índios, quilombolas e caiçaras de Ubatuba (litoral de São Paulo), no entanto, a tarefa, legalmente, é impossível. Regras ambientais os obrigam a recorrer, neste caso, ao gás de cozinha, interferindo na economia e nos hábitos locais.

As limitações para o manejo da terra vieram com a criação e delimitação, na região, do Parque Estadual da Serra do Mar, em 1977. Mas os legisladores não levaram em conta os costumes desses grupos. Roças, além da caça e a pesca, ficaram restritas, e fez do artesanato a maior –e escassa– fonte de renda das comunidades.

O vídeo avaixo mostra que, agora, índios e quilombolas fazem do turismo uma saída para reforçar a economia local. Ganharam canais de comunicação na internet e organizaram roteiros turísticos.

“Buscamos colocar o turismo como um novo fator de sustentabilidade para essas famílias não irem à cidade em busca de subempregos, ou morar nas periferias locais”, diz Jorge Miguez, coordenador do projeto Rede de Turismo Ambiental Comunidades Tradicionais, da Associação Cultural Comunitária Gaivota, que está a frente da iniciativa.

A experiência turística proposta na Aldeia Boa Vista –um dos locais disponíveis para visitação– inclui cozinha indígena, apresentações de dança, trilhas e cachoeiras.

Já no Quilombo da Fazenda Picinguaba tem caminhada na mata e banhos de rio, além de culinária e artesanato locais.

ALDEIA BOA VISTA
Bairro Prumirim, km 29,5 da rodovia Rio-Santos;
Qui. a dom., das 9h às 17h;
Informações: (12) 99605-6723

QUILOMBO DA FAZENDA PICINGUABA
Bairro Picinguaba, km 11,5 da rodovia Rio-Santos;
Sex. a dom., das 10h às 17h;
Informações: (12) 99777-4130

Zé Pedro é um dos mais velhos líderes comunitários do Quilombo da Fazenda, localizado em Ubatuba. A roda d’água e a casa de farinha são considerados “atestados quilombolas” pela comunidade. Foto: Giovanni Bello /Folhapress.

 

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