Alceu Castilho é agredido ao cobrir reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária

Toda a nossa solidariedade a Alceu Castilho. (Tania Pacheco)

Por Alceu Castilho

Eu e o André Takahashi fomos agredidos, por volta das 14 horas, na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária, em Brasília. Durante reportagem para o De Olho nos Ruralistas.

Os deputados e senadores se reúnem todas as terças-feiras, numa reunião-almoço (divulgada publicamente) em uma mansão no Lago Sul, onde definem as prioridades da bancada ruralista no Congresso.

Eu participara de entrevistas com os deputados Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Alceu Moreira (PMDB-RS), que já sabiam que pertencíamos a um observatório sobre agronegócio e foram hostis – mas exercendo o direito deles de responder ou não às perguntas.

Depois, conversava sobre amenidades com um dos três assessores de imprensa da FPA (eu já conversara com o principal, a quem apresentei o crachá de editor), um colega que não via há 15 anos. De repente veio um homem – que se declarou dono da casa – pegando forte no meu braço e me empurrando, dizendo: “Você vai sair daqui agora”.

Um dos seguranças tentou quebrar a lente da câmera do Takahashi – que me acompanhava como produtor e cinegrafista.

Com o assessor de imprensa, eu conversava justamente sobre a necessidade de publicarmos todas as versões sobre o tema. Dizia, especificamente, que se não gostassem de algo era só enviar uma nota, que publicaríamos. Pois fazemos jornalismo.

Mas há quem prefira a truculência.

Em nenhum momento antes dessa agressão fomos convidados a nos retirar. Até porque se tratava de reunião de uma frente parlamentar. Nenhum assessor da FPA disse qualquer coisa nesse sentido. Nem teria cabimento.

Importante: estou, há tempos, com problemas de saúde. Com pedra na vesícula. Crises de dor horríveis, que duram madrugadas inteiras. Tenho de operar, não emergencialmente, mas o quanto antes. Estou ainda trabalhando – e tentando acabar o semestre no mestrado – porque preciso. Ontem, mais uma vez, passei mal.

Por isso esperava tudo, neste momento, menos isso. Até porque nunca tinha sido agredido fisicamente no exercício da minha profissão. (Coagido e ameaçado, sim.)

Por isso peço a solidariedade de todos.

Sim, é de liberdade de imprensa que estamos falando.

Mas também de saúde e de direito à integridade física.

 

Comments (2)

  1. tomara pudesse fazer algo mais; vou difundir no twitter.

    toda minha solidariedade com alceu, e que possa continuar fazendo seu valioso trabalho.

    e também a cirurgia, pronto; sei como é, estou passando pela mesma situação.

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