Em pleno Natal e fim de ano, o Acampamento Beira Rio e seus representantes da cidade de Fronteira (MG) são atacados e perseguidos por jagunços e traficantes.
Já se estende por 8 dias a perseguição à lideranças de movimentos sociais de luta pela terra e as ameaças constantes de invasão aos lotes ocupados e cultivados por famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra. A retaliação tem como principais agentes traficantes e jagunços de Icem (SP) e também de Fronteira (MG).
O acampamento Beira Rio resiste há 4 anos a tentativas seguidas de reintegração de posse movidas por um suposto proprietário que sequer consegue comprovar posse das terras e ajudadas por um judiciário que teima em estar do lado do latifúndio e não do povo trabalhador. As terras são cobiçadas pelo agronegócio e também por agentes de especulação imobiliária no município. Hoje o acampamento conta com 171 famílias que lá moram, cultivam as terras e constroem vida digna.
Mas há oito dias a comunidade vem sofrendo com ameaças e coações movidas por agentes conhecidos localmente como membros do tráfico de drogas. A situação de extrema gravidade se intensifica uma vez que estes traficantes têm tentado a força ocupar lotes na comunidade. E produziram no acampamento uma atmosfera de medo e tensão. As ameaças são graves ao ponto de um dos ameaçadores dizer a mães e crianças no acampamento, que estes não têm pudor ou receio de executar crianças e mulheres.
A comunidade está organizada com vigília constante no Acampamento.
Nota do Movimento Terra Trabalho e Liberdade – MTL
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Osni Diaz.
Imagem: Reprodução do Correio do Brasil.