Segundo pesquisador empresa norueguesa, Hydro, fez ligação irregular que resultou no vazamento. Rejeitos de chumbo, soda caustica e bauxita são encontrados em amostra analisada e divulgada hoje.
Por Pedro Cheuiche*, Esquerda Diário
Laudo do Instituto Evandro Chagas (IEC) de Belém divulgado nesta quinta-feira (22) confirmou a contaminação em diversas áreas de Barcarena, nordeste do Pará. As barragens de rejeitos de bauxita da mineradora Hydro vazaram e contaminaram o rio.
Fotos impressionantes enviadas por moradores já faziam desconfiar do vazamento dos rejeitos no local, que alterou a cor da água do rio, da qual teria a cor da lama vermelha rejeitada na operação da fábrica (bauxita e solda cáustica). Ao G1, o pesquisador em saúde pública do IEC, Marcelo de Oliveira Lima afirmou que “Foi constatado que houve vazamento das bacias de rejeitos da bauxita. Fotografamos o efluentes invadindo a área ambiental”. A empresa, responsável direta do vazamento, negou a existência do fato, confirmado pelo relatório.
Empresa fez ligação clandestina para os rejeitos
3 comunidades locais foram afetadas pelo vazamento: Bom Futuro, Vila Nova e Burajuba. Marcelo Lima também fez afirmações acerca da responsabilização direta da empresa pelo vazamento, por uma suposta ligação clandestina que fez o rejeitos vazarem: “A empresa fez uma ligação clandestina para eliminar esses efluentes contaminados que estava acumulados dentro da fábrica para fora da área industrial, contaminando o meio ambiente e chegando às comunidades”.
No material coletado dia 17 na bacia, na tubulação com ligação clandestina e no igarapé localizado na vila Bom Futuro o pesquisador afirmou que “o líquido estava extremamente abrasivo e nocivo aos seres vivos”. Segundo o G1, os índices de sódio, nitrato e alumínio estava acima do permitido, além do PH estar no nível 10.
Alto Nível de chumbo na amostra
De acordo com o laudo do IEC, a análise das amostras também revela um nível alto de chumbo, que é toxico ao ser humano e causa câncer. Segundo o pesquisador “Essa contaminação é nociva e prejudicial às comunidades que utilizam os igarapés e rios como forma na busca do alimento, com a pesca, e também o lazer. Além disso, há a contaminação do meio ambiente como os seres vivos e plantas”.
Ainda segundo ele, a empresa não contava com nenhum tipo de alarme ou plano de emergência para contenção de riscos: “Outro fator que detectamos foi que não há um plano de alarme emergencial da empresa para a comunidade caso haja algum rompimento ou desastre”.
A empresa Hydro responsável direta, que negou o vazamento, é um conglomerado norueguês com sede em Oslo. O estado norueguês detém uma participação de 34,3 por cento na companhia. A companhia também detêm antiga parceria com a Vale
Mais um desastre ambiental se desenha, não se sabe ao certo qual é a sua proporção e quais serão suas consequências para quem sempre sofre com a ganancia dos grandes grupos empresariais, a população e os trabalhadores.
*Informações: G1.
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Imagem: Jornal O Impacto