Romaria ocorrerá neste domingo, 16, cinco dias após do Dia Nacional do Cerrado. Inciativa chama atenção para a degradação de nascentes na região. A CPT estima que entre 800 a 1000 nascentes, apenas no município de Rondonópolis, necessitam, hoje, de proteção.
Por Elvis Marques – Assessoria de Comunicação CPT
A aproximadamente 60 quilômetros de Rondonópolis, município situado no sudeste mato-grossense e com cerca de 228 mil habitantes, estão localizados o Assentamento Olga Benário e a Comunidade Bananal, que acolherão, neste próximo dia 16, os romeiros e as romeiras para a 3ª Romaria do Cerrado, cujo tema é “Dos troncos retorcidos surge a esperança”.
Considerado a caixa d’água do Brasil, o Cerrado carrega diversos outros títulos por conta, principalmente, de suas abundantes águas. Rios importantes nascem e/ou estão situados neste espaço geográfico. Podemos citar, entre tantos, o Rio Araguaia. Importantes aquíferos, como o Guarani, que são nossos reservatórios de águas subterrâneas, também estão localizados neste bioma. Pode-se observar, então, que o Cerrado é imprescindível para nossas vidas.
A 3ª Romaria do Cerrado busca, diante disso, mostrar que toda essa riqueza natural tem sido ameaçada e depredada dia após dia. Nas duas comunidades que receberão este evento no domingo já foram recuperadas 47 nascentes que integram a Bacia do Rio São Lourenço e dos córregos Beroaba e Arareal. E isso só foi possível pois é um trabalho em mutirão que envolve os/as agentes da CPT e membros das comunidades. Os objetivos desse trabalho se resumem em três verbos: recuperar, proteger e conscientizar (não necessariamente nessa ordem).
A 3ª Romaria do Cerrado é organizada e apoiada pela CPT, Campanha da Fraternidade da CNBB 2018, Irmãs Catequistas Franciscanas, Grupo Arareau de Pesquisa e Educação Ambiental, Fórum de Luta Contra os Impactos dos Agrotóxicos, Movimento 13 de Outubro, Juizado Volante Ambiental (JUVAM), e Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Diversidade das romarias
Realizadas pela CPT desde 1978, as primeiras Romarias da Terra ocorreram no Rio Grande do Sul e em Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Alguns Regionais da Pastoral da Terra realizam suas romarias em lugares tradicionais, como no Santuário do Bom Jesus da Lapa (BA). Mas esses eventos, carregados de simbolismos, anúncios e denúncias, costumam ocorrer em lugares emblemáticos para a luta pela terra.
Na primeira década do ano 2000, as romarias começaram a se chamar Romarias da Terra e das Águas. E nos últimos anos começaram a ser realizadas também as Romarias do Cerrado, como na região Oeste da Bahia, que já está em sua quinta edição; em Cuiabá, capital do Mato Grosso, e em Rondonópolis. Já em 2017 ocorreu em Balsas, no Maranhão, a 1ª Romaria Nacional do Cerrado, que foi precedida pelo Encontro dos Povos e Comunidades do Cerrado.
Confira a programação completa:
06h00 – Saída da Paróquia São José Operário
07h30 – Mística e início da peregrinação pelas nascentes em recuperação (nascente do João Carlos – Assentamento Olga Benário)
08h00 – Café da manhã compartilhado
08h30 – Continuação da peregrinação pelas nascentes em recuperação
12h00 – Almoço na Comunidade Bananal e feira de produtos da região
13h00 – Reunião do Fórum de Lutas Contra os Impactos dos Agrotóxicos sobre a contaminação das águas. Presença de promotor de Meio ambiente e procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT)
15h00 – Bingo em prol da construção da Capela São Benedito
SERVIÇO
3ª Romaria do Cerrado de Rondonópolis (MT)
Tema: “Dos troncos retorcidos surge a esperança”
A Romaria ocorre neste domingo, dia 16 de setembro, com saída às 06hrs da Paróquia São José Operário
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Imagem: Joka Madruga