Simões Filho: Um ano da morte de Binho: Qual arma foi usada? Por que mataram Binho? o que se sabe e o que falta esclarecer

Da Redação Simões Filho Online

Sob pressão de instituições estaduais, nacionais e internacionais, a Polícia Civil, ainda tenta elucidar o assassinato do líder Quilombola Flavio Gabriel Pacifico dos Santos, 36 anos,  o “Binho do Quilombo”. O crime aconteceu no dia 19 de setembro de 2017, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Uma missa de um ano da morte de Binho do Quilombo foi realizada nesta quarta-feira (19/9) na Igreja São Miguel, no centro de Simões Filho. Desde o início da manhã, amigos e familiares do líder lotaram a paróquia. Vários autoridade políticas acompanham a cerimônia.

A investigação

Pela ação dos criminosos, a principal linha de investigação é de homicídio doloso (com intenção de matar) e premeditado. Veja a seguir o que já se sabe sobre o caso.

O irmão de Binho, Wellington Pacifico, conversou com a reportagem do SIMÕES FILHO ONLINE, e disse que está confiante na justiça.

Qual a principal suspeita da polícia?
A investigação da polícia aponta para um crime premeditado.  “O inquérito está aberto. O delegado responsável pelo caso, Dr. Ciro Palmeiras, da 22ª Delegacia Territorial, ainda está finalizando as investigações. Eu creio que o mandante e o executor serão presos”, disse Wellington Pacifico, irmão da vítima.

Onde ele foi morto?
Na manhã do dia 19 de setembro de 2017, “Binho do Quilombo” estava parado em frente a Escola Municipal Nova Esperança, localizada na Rua Esperança, em Pitanga de Palmares, bairro onde o líder quilombola morava com a esposa. Ele estava a caminho do enterro de sua amiga – uma mãe de santo conhecida como mãe Bina.

Como foi a ação dos criminosos?
De acordo com o irmão do líder quilombola, um carro branco modelo Strada, com criminosos, parou próximo ao veículo em que Binho estava, em frente a escola. Após atirarem, o atirador fugiu em disparada sem roubar nada.

Quantas pessoas participaram do crime?
A polícia ainda não sabe ao certos quantos criminosos participaram da ação, mas investiga a possibilidade de uma segunda pessoa ter participado. “No carro só se viu um, mas tudo indica que tinha uma segunda pessoa com o cara”, informou Wellington Pacifico.

Que tipo de arma foi utilizado no crime?
De acordo com a família de Binho, a arma utilizada no crime foi uma pistola 380. Ela tem capacidade para disparar 19 tiros.

Quantos tiros atingiram o quilombola?
Ao todo, Binho foi atingido 16 vezes, sendo que todas as balas foram em direção ao tórax, peito e região da cabeça, segundo familiares.

A Polícia Federal está na investigação?
No inicio, a Polícia Federal se envolveu nas investigações, mas agora o caso está somente com a Polícia Civil, é o que informou o irmão de Binho.

Como os criminosos sabiam onde o carro dele ia passar?
“Na verdade os caras já estavam há dois meses atrás dele. O carro usado no crime foi visto várias vezes na comunidade”, explicou Wellington. A polícia também investiga se alguma pessoa envolvida no crime estava monitorando o quilombola.

O Líder tinha recebido ameaças?
“Ele foi ameaçado. Foi crime de mando. Um ano sem nosso guerreiro, mas a justiça vai ser feita”, revelou Wellington Pacifico, em entrevista ao Simões Filho Online.

A prisão de um suspeito
Em dezembro de 2017, a Polícia Civil chegou a cumprir um mandado de prisão temporária para Leandro Pereira da Silva, o “Léo”. Ele ficou preso com suspeito de envolvimento na morte de “Binho do Quilombo”.

Na ocasião,  a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil informou que a prisão foi realizada por policiais civis da 22ª Delegacia Territorial. “Léo” foi localizado na região do Quilombo Caipora, no Distrito de Palmares, na mesma comunidade onde ocorreu o homicídio.

O suspeito foi conduzido à unidade policial, onde prestou depoimento ao delegado Ciro Palmeira, e negou participação no crime. Ele cumpriu prisão temporária de 30 dias e depois foi solto. O Delegado ainda não deu maiores detalhes sobre o crime. As investigações em torno do caso continuam.

UM ANO

Nesta quarta-feira (19/9), completou um ano da morte líder Quilombola e os amigos e familiares de Binho prestaram homenagens nas redes sociais.

A esposa de Binho, Eliene Dos Santos, publicou ao lado de uma foto, um texto da escritora Suelen Soares. “E quando tudo se acaba, o que resta? Acabou o sorriso, acabaram as conversas, a alegria de sua presença. Tudo se encerrou quando você se foi. Quando pela última vez fechou seus olhos, ali se encerrava uma história de amor, e iniciava a minha história de dor e saudade. E o que resta após o fim?…”

Além da esposa, Wellington Pacifico, irmão de Binho, também fez um tocante depoimento neste quarta-feira (19/9), data em que se completa um ano de sua morte. “Você covarde que recebeu Dinheiro para assassinar um inocente, homem trabalhador, honesto, pai de família, querido por todos. Para você que executou também. A fatura de Deus chegará para vocês. Cadeia para todos vocês”, escreveu Wellington.

Líder nato, morador do distrito de Pitanga de Palmares, Flavio Gabriel Pacifico dos Santos, o Binho do Quilombo, era filho da senhora Maria Bernadete Pacífico, ex-secretária da Promoção da Igualdade Racial do município e grande militante na luta pela valorização das comunidades quilombolas. O trabalho que ele realizava era voltado por melhorias para sua comunidade.

Binho foi candidato pelo partido Pros a vereador em Simões Filho, em 2016, sendo o 45º mais votado com 453 votos. Ele também tentou o mesmo cargo nas eleições de 2012. Binho também era cantor do tradicional samba de viola e era um apaixonado por futebol.

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