Denúncia de crime ambiental desnuda mistério com cheiro de escândalo nacional: Funai de BSB encolhe área dos Tapebas em Caucaia

Por Redação Ceará Agora

A denúncia de extração ilegal de argila, areia e madeira na reserva dos Tapebas, em Caucaia, desnudou um mistério e, ao mesmo tempo, o foco de uma possível fraude com cheiro de escândalo nacional. A Prefeitura, ao inspecionar a área objeto da denúncia, constatou a ilegalidade da “extração de minérios sem licenciamento” e, ao cruzar os dados sobre o terreno onde a atividade estava sendo executada, descobriu que a Fundação Nacional do Índio (Funai) encolheu em cerca de 100 hectares a reserva indígena.

Os técnicos do Instituto do Meio Ambiente de Caucaia (Imac), acompanhados da Guarda Civil e da Polícia Militar, realizaram, no dia 30 de outubro, a fiscalização com o objetivo de descobrir se era procedente ou não a denúncia. Ao confirmar a ilegalidade da exploração mineral, o Imac decidiu interromper as atividades e notificou os responsáveis pela exploração mineral. A Prefeitura encaminhou, também, pedidos de informações à Funai sobre a área dos índios.

PENTE FINO

Um pente fino minucioso nos documentos expedidos pela Funai e pela Agência Nacional de Mineração expôs o mistério: ao investigarem se as atividades minerais ilegais estavam nas terras dos Tapebas, os técnicos da Prefeitura de Caucaia descobriram, na realidade, que o mapa da área à disposição da coordenação regional da Funai apresentava divergências em relação ao terreno delimitado pela Agência Nacional de Mineração.

O vereador e advogado Weibe Tapeba (PT) relatou, em declaração publicada, neste domingo pelo Jornal O Estado de São Paulo, como se deu a supressão em 100 hectares da área indígena. “Só descobrimos que a área havia sido retirada quando houve o processo de licenciamento ambiental da lavra de argila, na área contígua à reserva. A coordenação regional da Funai dizia que a área era indígena. Foi então que a mineradora mostrou os novos mapas feitos pela Funai em Brasília”, relatou o líder da Reversa Tapebas em Caucaia, que abriga, em 5,2 mil hectares, 7 mil indígenas.

Caçambas de empresas particulares tiram areia da Terra Indígena Tapeba.

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