Nota de Repúdio e Indignação: Em defesa da vida e dos territórios dos quilombolas de Cedro, Flexeiras e Santo Antônio, em Arari/MA

A 6ª Semana Social Brasileira, juntamente com as pastorais sociais, movimentos e organizações que assinam abaixo, vê com grande preocupação e indignação as bárbaras violências ocorridas nas terras das comunidades quilombolas de Cedro, Flexeiras e Santo Antônio, no município de Arari/MA, que em 2020 foram destaque no ranking nacional de assassinatos e conflitos no território, de acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Ao todo, no Estado do Maranhão, o relatório da CPT aponta que em 2021, nove lideranças foram assassinadas nos conflitos de terras. Muitas lideranças estão ameaçadas de morte neste cenário.

Manifestamos a imensa tristeza pelas vidas ceifadas, e profunda solidariedade às famílias das vitimas: José Francisco Pereira, o Quiqui, da comunidade Cedro, que sofreu um atentado no dia 3 de janeiro, e veio a falecer no dia 8 de janeiro de 2022.  Quiqui foi baleado no quintal da sua casa, sua neta, também baleada, sobreviveu; Celino Fernandes e Wanderson de Jesus Rodrigues Fernandes, pai e filho, executados em casa enquanto dormiam, no dia 9 de janeiro de 2020; e Antônio Gonçalo Diniz, assassinado em 2 de julho de 2021, na comunidade de Flexeiras; e da comunidade de Santo Antônio, João de Deus Moreira Rodrigues, assassinado em 29 de outubro de 2021. Tragédias que evidenciam a violência praticada por grandes projetos, ganância pela terra e o cerceamento dos campos naturais, que trazem inúmeras situações de vulnerabilidades e laços familiares e comunitários interrompidos brutalmente.

As investigações não apontam suspeitos, mas as comunidades citam “um consórcio” entre diferentes grileiros e grandes proprietários de terra. Não se pode suportar a ocupação do agronegócio que vem avançando mesmo com o decreto estadual de criação da APA (Área de Proteção Ambiental) na região. É urgente a regularização fundiária das comunidades quilombolas.

Conclamamos que o governo do Maranhão e do município de Arari, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão, o Ministério Público e todos os poderes responsáveis atuem urgentemente, com rigor, honestidade e justiça, em favor dos direitos das pessoas que ali vivem.

Reconhecemos a atuação em defesa das vidas e dos territórios. Estamos incondicionalmente solidários às pastorais sociais e organizações do Maranhão que atuam na defesa profética das vidas e na garantia dos territórios quilombolas: Cáritas Brasileira Regional Maranhão, Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Comissão Pastoral da Terra (CPT), entre outras; advogado Iriomar Teixeira de Lima, assessor jurídico do movimento Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão, que representa as comunidades.

Seguiremos confiantes na força dos mutirões na defesa das vidas e dos territórios.

ASSINAM:

  1. 6ª Semana Social Brasileira
  2. Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs)
  3. Akanni Instituto de Pesquisa e Assessoria em Direitos Humanos, Gênero,  Raça e Etnias
  4. AMAVIDA – Associação Maranhense para a Conservação da Natureza
  5. AMNB – Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras
  6. Ampliada Nacional das CEBs do Brasil
  7. Antropos Consultoria Socioambiental
  8. APNs Goiás
  9. Apns Rio de Janeiro
  10. Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC)
  11. Articulação das Pastorais Sociais da Diocese de Tiangua-CE
  12. Articulação Grito dos Excluídos/as de MT
  13. Articulação Pacari Raizeiras do Cerrado
  14. Articulação Semiárido Brasileiro  – ASA
  15. ASMOPP
  16. Associação Afro Cultural mulheres de keto ojû oya
  17. Associação de Educação Arte Cultura e Agroecologia Sítio Ágatha
  18. Associação de favelas  de sao  jose dos campos sp
  19. Associação Escola Família Agrícola Jaguaribana
  20. Associação Movimento pela vida do Tocantins
  21. Associação Trilja Cidadã
  22. ASSOLIB
  23. Café com Paulo Freire
  24. Caritas Brasileira
  25. Cáritas Brasileira Regional Ceará
  26. Cáritas Brasileira Regional Maranhão
  27. Cáritas Brasileira Regional Piauí
  28. Caritas Brasileira -Regional RS
  29. CÁRITAS DIOCESANA DE CRATO
  30. Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte
  31. Cáritas Diocesana de Pesqueira
  32. Caritas diocesana de Tubarão-sc
  33. Caritas Regional NE 2
  34. Cáritas Regional Norte 2
  35. Casa de caridade Flor de LiZ
  36. CASA LAUDELINA de Campos Mello – Organização da Mulher Negra
  37. CBJP – Comissão Brasileira Justiça e Paz
  38. Cebi Maranhão
  39. CEBS
  40. Cebs Regional Nordeste 4
  41. CEBs Regional Sul 1
  42. CEFEP
  43. Cefesa
  44. Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica
  45. Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro
  46. Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá
  47. Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará- CEDENNZPA
  48. Centro de Integração Sócio Cultural aprendiz do Futuro – CISAF
  49. CLUBE DE MÃES DE PARATBE
  50. CNLB REGIONAL OESTE 2
  51. Coletivo de Mulheres
  52. Coletivo Quilombo Kédi
  53. Coletivo Revolucionário de Libertação (CORDEL)
  54. Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP)
  55. Comissão Brasileira Justiça e Paz Regional Norte 3
  56. Comissao de Justica e Paz da Arquidiocese de Sao Luisdo Maranhão
  57. Comissão de Promoção da Dignidade Humana (CPDH) – Arquidiocese de Vitória – ES
  58. Comissão Justiça e Paz – Diocese de Castanhal
  59. Comissão Pastoral da Terra – Nacional
  60. Comissão Pastoral da Terra Regional Maranhão
  61. Comissão Regional de Justiça e Paz – Mato Grosso do Sul
  62. Comissão Regional de Justiça e Paz
  63. Comissão Regional para Ação Sociotransformadora CNBB NE 2
  64. Comunidade dos Missionários Combonianos em Fortaleza CE
  65. COMUNIDADE SANTA JÚLIA
  66. Consea Ceará
  67. Conselho Estadual de Segurança Alimentar e NUTRICIONAL CONSEAN-SE
  68. Conselho Indigenista Missionário Cimi MT
  69. Conselho Nacional do Laicato do Brasil
  70. Conselho Pastoral dos Pescadores do MA
  71. Conselho Pastoral dos Pescadores-CPP
  72. Cooperativa Mista de Trabalho Assessoria e Consultoria Técnico  Educacional
  73. Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais  Quilombolas -CONAQ
  74. CPT Crateús
  75. Dandaras
  76. Escola de Formação Política e Cidadania
  77. FAOR Fórum da Amazônia Oriental
  78. FederAfro Associação Federativa das Religiões de Matrizes Africanas, Afro  Brasileira e Indígenas
  79. Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas
  80. Frente em Defesa da Democracia e Soberania Nacional de            Assis-SP FDSN.
  81. Fundação Grupo Esquel Brasil
  82. Grito do excluídos/Alto Tietê
  83. Grito dos Excluídos Continental
  84. Grito dos/as Excluidos/as Brasil
  85. Grupo Curumim
  86. Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão sobre Estado e Territórios na  Fronteira Amazônica – GEPE-Front
  87. Hellen Jacqueline Pires Belfort Pereira
  88. IDEF – CEARA
  89. IGREJA BETESDA DO CEARÁ
  90. Igreja Católica
  91. Ilê Ase Alagbede Orun
  92. Ile Ase Yia Omi Arin Ma Sun
  93. Ilê Axé Ewá Olodumare
  94. Ilê axé Oya Egunyta
  95. Instituto Afro Brasil do Paraná
  96. Instituto Brasileiro de Analises Sociais e Econômicas_Ibase
  97. Instituto Cigano do Brasil-ICB
  98. Instituto Elo Amigo
  99. Instituto Irmãs da Santa Cruz
  100. Instituto Soma Brasil
  101. Instituto Tereza de Benguela de Direitos Humanos
  102. Irmãs de Notre Dame de Namur – Brasil
  103. Irmãs do Imaculado Coração de Maria
  104. Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus
  105. Jubileu Sul Brasil
  106. Juntas- Codeputadas Estaduais de Pernambuco
  107. Juventude Franciscana do Brasil – JUFRA do Brasil
  108. Kilombo- Organização Negra do RN
  109. Kwê Cejá Gbé
  110. MAMI- Mães de Amor Incondicional
  111. Mandata coletiva Nossa Cara  PSOL, Ce
  112. MARIA APARECIDA VICENTE DOS SANTOS
  113. MBMC
  114. Missionários Combonianos
  115. MONAQNNE
  116. Movimento da  Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste
  117. Movimento das Mulheres Trabalhadoras de Alcântara . MOMTRA
  118. Movimento de Fé e Política do Grande ABC
  119. MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS
  120. Movimento dos Focolares
  121. Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
  122. Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais-MPP
  123. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
  124. Movimento Negro Unificado – MNU/ AC
  125. Movimento Negro Unificado de Pernambuco
  126. Movimento Pretah Dance
  127. Mulher ART e Ação
  128. NEAB/UFRPE
  129. Núcleo Américo Barreira
  130. NÚCLEO DE ESTUDOS AFROBRASILEIROS-NEAB-UFMA
  131. O Poste Soluções Luminosas
  132. Organização Barreira Amigos Solidários (Obas)
  133. Paróquia N. Sra. das Graças e São Pedro
  134. Pastorais Sociais e REPAM RR
  135. Pastoral Carcerária Nacional
  136. Pastoral Carcerária Nacional para Questão da Mulher Encarcerada
  137. Pastoral Carcerária Regional Oeste 1 MS
  138. Pastoral da Educação
  139. Pastoral da Liturgia Paróquia Senhor do Bonfim Fortaleza-Ce
  140. Pastoral da Mulher Marginalizada
  141. Pastoral da Saúde Nacional
  142. Pastoral de rua e pastoral familiar na APAC (ass. de proteção e assistência  aos condenados) em Pouso Alegre
  143. Pastoral do Menor
  144. Pastoral fé e política
  145. Pastoral Operária Nacional
  146. Pastoral Social Sul 4 – Santa Catarina
  147. Patac / PB
  148. Pau e Lata: Projeto Artístico-Pedagógico
  149. Professores de Filosofia do IFRN
  150. PUC Goiás
  151. Rede de Agroecologia do Maranhão-RAMA
  152. Rede de mulheres negras de Pernambuco
  153. Rede de Mulheres Negras do Ceara
  154. Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM-Brasil
  155. Sempre Mulher Inst de Pesq e Interv sobre Relações Raciais
  156. Serviço Pastoral dos Migrantes
  157. Setor da Mobilidade Humana/CEPAST da CNBB
  158. Setor Mobilidade Humana/CNBB
  159. Sindicato dos trabalhadores rurais agricultores(as ) de Sobral
  160. Twa obanla ilê asé babá ogun onipin
  161. União das comunidades Quilombolas de Anajatuba Maranhão – UNIQUITUBA

Encaminhado para Combate Racismo Ambiental por José Costa

Comments (1)

  1. NESSES QUATROS ANOS NOS DESSAS COMUNIDADE QUILOMBOLA, NÃO SÓ DO MARANHÃO, COMO DE TODO O BRASIL, ASSIM COMO OS INDIGNAS, E ATE MAIS DUQUE OS INDIGNAS, TIVERAM SUAS VIDAS CEIFADAS.
    TUDO ISSO POR CAUSA DE UM GOVERNO PREDADOR DE VIDAS.
    NO MARANHÃO SOMOS CENTENAS DE COMUNIDADES SOFRENDO A MUITO TEMPO PARA QUE OS GOVERNOS RESOLVAM A QUESTÃO FUNDIÁRIA DESSE PAÍS, E DEVOLVAM AS TERRAS PARA SEUS DEVIDOS DONOS, QUE SÃO OS POVOS INDÍGENAS, QUILOMBOLA, E RIBEIRINHOS E OUTROS.
    ESPERAMOS AGORA DO NOVO GOVERNO LULA13, QUE FAÇA DIFERENTE DOS DOIS ÚLTIMOS MADATOS DELE, QUE PRATICAMENTE ABANDONOU ESSES POVOS, QUE TEVE QUE COME, O PÃO QUE O DIABO AMASSOU.
    AGORA DEMOS A ELE DE NOVO UMA OPORTUNIDADE DE REVÊ TODO ESSE PERCALÇOS DE DEVASTAÇÃO E DESTRUIÇÃO DO NOSSO POVO, BASTA, ACREDITAMOS NOS NOVOS MINISTROS E A VOLTA DE TODAS AS POLÍTICAS PÚBLICA DESSE PAÍS.

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