Ação, que vai envolver 20 órgãos federais, deve começar nesta semana no território
A Terra Indígena Munduruku, no Pará, deve passar, a partir desta semana, por uma megaoperação de retirada de garimpeiros, desmatadores e outras pessoas que promovem atividades ilegais dentro do território. As informações são do UOL, citando a Reuters, que entrevistou disse Nilton Tubino, uma das principais autoridades do governo federal nos processos de mediação de conflitos em terras indígenas.
A operação vai envolver 20 órgãos federais, entre eles a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério da Defesa, a Força Nacional e a Casa Civil, segundo Tubino.
A Terra Indígena Munduruku, no Pará, deve passar, a partir desta semana, por uma megaoperação de retirada de garimpeiros, desmatadores e outras pessoas que promovem atividades ilegais dentro do território. As informações são do UOL, citando a Reuters, que entrevistou Nilton Tubino, uma das principais autoridades do governo federal nos processos de mediação de conflitos em terras indígenas.
A operação vai envolver 20 órgãos federais, entre eles a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério da Defesa, a Força Nacional e a Casa Civil, segundo Tubino.
A Terra Indígena Munduruku enfrenta uma grave crise ambiental e social devido à invasão de garimpeiros ilegais e ao desmatamento desenfreado. Essas atividades criminosas têm causado impactos devastadores na cultura, na saúde e no modo de vida dos indígenas Munduruku.
Entre os efeitos da invasão pela mineração irregular, estão a contaminação dos rios com mercúrio, a destruição das roças das comunidades e a fuga dos animais que servem de alimentos. Além disso, o contato com os homens brancos também resulta na transmissão de doenças que podem ser fatais para os indígenas.
Na edição mais recente do Mapeamento Anual de Mineração e Garimpo no Brasil, de setembro de 2022, as TIs Kayapó e Munduruku são as que têm maior território devastado pelo garimpo.
Os principais problemas enfrentados pela Terra Indígena Munduruku:
- Contaminação por mercúrio: O uso de mercúrio no garimpo causa a contaminação dos rios, dos peixes e do solo, afetando diretamente a saúde dos indígenas que dependem desses recursos para sua alimentação e sobrevivência. A exposição ao mercúrio está associada a graves problemas de saúde, como danos ao sistema nervoso central, malformações congênitas e doenças renais.
- Destruição da floresta: O desmatamento para a abertura de áreas para o garimpo e outras atividades ilegais causa a perda de habitat de diversas espécies animais e vegetais, além de afetar o ciclo hidrológico e o clima local. A derrubada da floresta também contribui para o aumento das emissões de gases de efeito estufa.
- Conflitos e violência: A presença de garimpeiros ilegais nas terras indígenas gera conflitos e violência entre os indígenas e os invasores. A disputa por recursos naturais e território tem resultado em mortes e ferimentos, além de traumas psicológicos para as comunidades.
- Perda da cultura e identidade: O garimpo e o desmatamento ameaçam a cultura e a identidade dos Munduruku, que possuem uma forte ligação com a floresta e com os rios. A destruição do seu território e a contaminação dos recursos naturais põem em risco suas tradições, conhecimentos ancestrais e modos de vida.
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Foto: Vinícius Mendonça/Ibama.