Campanha contra os Agrotóxicos recusa participação em programa financiado por Globo e FIESP

A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida foi convidada a participar de um debate sobre agrotóxicos no Canal Futura, nesta quinta (31). No entanto, o convite foi recusado. Veja a resposta:

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Agradecemos imensamente o convite para mais uma vez debater o tema dos agrotóxicos no Canal Futura, como já fizemos em pelo menos 2 outras oportunidades.

Entretanto, é impossível não considerar o momento político pela qual o nosso país está passando, e a grandiosa influência negativa exercida pelas mantenedoras do Canal Futura, sobretudo a Rede Globo e a FIESP.

Desta vez, somos obrigados a recusar o convite.

Mesmo reconhecendo problemas profundos sobre a forma como o atual governo vem lidando com a questão dos agrotóxicos, não podemos admitir a forma antidemocrática e ilegal como vem sendo conduzido o processo para retirar a presidenta Dilma de seu cargo, e prender a qualquer custo o ex-presidente Lula.

A Rede Globo foi misteriosamente escolhida pelo juiz Sérgio Moro para ser o canal de divulgação exclusivo de diversas e seletivas delações premiadas, numa flagrante violação da Lei de Acesso à Informação. A emissora se aproveita de seu amplo monopólio dos meios de comunicação para propagar o ódio e criar heróis, com claro objetivo de desestabilizar o país e manipular a opinião pública.

A FIESP, atuante parceira e financiadora da tortura durante a Ditadura Civil-Militar do Brasil, não fica para trás. Critica uma suposta alta carga tributária, mas não inclui em sua conta os bilhões de reais de impostos sonegados pelas empresas que representa. O brilho da sua fachada durante os atos pró-golpe são apenas a face visível de uma rede que financia os movimentos antidemocráticos.

Sabemos que o Canal Futura busca em sua programação trazer uma diversidade de opiniões nos temas que apresenta, sobretudo em relação aos agrotóxicos, como muitas vezes já pudemos observar. No entanto, sabemos também que quem paga a banda pode sempre escolher outra música, e de fato escolhe, nos outros veículos de maior audiência que controla.

Atenciosamente,
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Comments (2)

  1. Para quem tiver interesse, CEARPA significa Conselho Estadual das Associações de Revendas de Produtos Agropecuários de Mato Grosso. “Produtos fitossanitários” e “defensivos agrícolas”, no caso, são nomes ‘bonitinhos’ para agrotóxicos. E quem alimenta fundamentalmente o povo brasileiro é a agricultura familiar.

  2. É uma demonstração do viés ideológico que é dado a assuntos de tamanha importância. cabe perguntar:

    Quem é o vilão da história? A tecnologia ou a falta dela!
    Hoje, encontramos diariamente na mídia inúmeros textos tratando de Agrotóxicos ou produtos fitossanitários, dependendo do ângulo de leitura, que retratam suposições, dizendo que ” podem ser absorvidos, podem ser inalados, podem prejudicar a saúde, etc. Não podemos viver de suposições, achismos. Somos também favoráveis a uma tecnologia com menos uso de produtos fitossanitários, até quem sabe um dia, produtos totalmente orgânicos , porém hoje, a ferramenta mais segura e adequada para produzir alimentos suficientes para alimentar não só o Brasil, mas diversas nações que dependem de nossa produção, é a utilização de produtos fitossanitários (defensivos agrícolas).
    A produção orgânica no Brasil hoje é responsável por 5 kg/habitante /ano, isto é suficiente? Estudos mostram que sem os defensivos agrícolas, nossa produção de alimentos cairia dos 200 milhões de toneladas produzidos hoje para apenas 60 milhões. Isto é suficiente?
    O Brasil é um pais, que concentra sua agricultura em uma região tropical onde a umidade e o calor durante o ano todo promovem o crescimento e disseminação constante de pragas como insetos, doenças e ervas daninhas, coisas que nas regiões de clima temperado as fortes nevascas e baixas temperaturas por longos períodos se encarregam de controlar.
    Somos sim os maiores consumidores de defensivos, mas somos os maiores produtores mundial, simplesmente dividir o volume consumido pela população é uma conta de padeiro que interessa a poucos, no Mato Grosso, por exemplo, maior produtor nacional de Soja, milho, algodão, carne, pipoca e, também em função disto maior consumidor de defensivos agrícolas, 71% destes produtos são utilizados em culturas que não são de consumo direto, sendo transformados em rações, combustíveis e outros subprodutos que promovem a diluição e degradação destes defensivos.
    Não seria mais proveitoso dispensar os achismos e promover discussões para desenvolver tecnologias e realizar pesquisas que favoreçam a todos sem matar a galinha dos ovos de ouro do Brasil…. O agronegócio.

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