O Abril Vermelho é um mês de mobilização em torno das pautas e disputas pela Terra. Uma jornada nacional em luta e memória, das populações do campo, indígenas e quilombolas, que tem seus conflitos invisibilizados socialmente.
Na UFPR o Abril Vermelho se soma ao Abril Indígena, na construção de uma agenda mensal de atividades, Rodas de Conversa, Cine Debate e Aulas Publicas, sobre as disputas pela Terra no Brasil, Movimentos Sociais, Povos e Comunidades Tradicionais, Agroecologia e o símbolo máximo dessa jornada de lutas: o Massacre de Eldorado dos Carajás, e a partir disso construir debates e reflexões sobre conflitos agrários no país.
Para que não sejam esquecidas as vítimas desse massacre, a turma de Direito, da Universidade Federal do Paraná, composta por alunos oriundos do campo, realizou neste dia 01 de Abril, uma Intervenção no Boulevard do Prédio Histórico, na Praça Santos Andrade, em Curitiba.
O ato teve como objetivo chamar a atenção para a prescrição dos crimes cometidos no que ficou conhecido como o Massacre de El Dorado dos Carajás, em 1996 no Pará, onde 60 trabalhadores e trabalhadoras rurais, foram alvejados por balas disparadas pela Polícia Militar, a mando de governantes locais. Além dos mortos, os sobreviventes ficaram quase todos incapacitados física e mentalmente para o trabalho devido aos traumas causados neste dia. Vale ressaltar que o estado nunca prestou nenhuma assistência à essas pessoas e seus familiares.
Enfrentamos uma triste realidade pois no ano de 2016 o crime prescreve e os culpados nunca foram responsabilizados por seus atos, de mando ou execução de tais crimes.
Neste ano o Massacre completa 20 anos e mesmo tendo 155 indiciados pelo crime estes não foram condenados. Já que segundo a lei penal brasileira, não se prevê pena para punição coletiva, o que nos permite questionar o porquê destes policiais terem sido denunciados em grupo.
As castanheiras lembram, e você?
Sejamos protagonistas dos nossos sonhos de mudança, pois sem a prática eles se tornam utopias.
Turma do PRONERA. UFPR. 2016.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Isabela da Cruz.
