Trabalhadores rurais da Turquia visitam o Brasil para conhecer experiências do MST

Abdulah Aysu está escrevendo série de livros sobre movimentos de luta por terra ao redor do mundo

Por Luiz Fernando
Da Página do MST 

MST Sergipe recebeu a visita do presidente geral da Confederação dos Sindicatos dos Pequenos Agricultores Turcos e um dos fundadores da Via Campesina no Oriente Médio, Abdulah Aysu, acompanhado do estudante, Umut Kocagöz.

Ambos estiveram no Brasil para conhecer experiências de produção e políticas de estímulo à agricultura camponesa que servirão de base para um livro sobre a luta pela terra.

No país, a viagem de Ayasu e Umut começou por São Paulo e Pará, onde conheceram mais de perto a experiência de luta por terra sem a utilização de armas.

Em Sergipe, ambos foram recepcionados por acampados do MST e visitaram dois assentamentos, onde puderam conhecer experiências de cooperativas.

Eles também vivenciarem a luta por moradia, ao visitarem a ocupação urbana localizada em Barra dos Coqueiros.

Os companheiros também puderam observar os avanços brasileiros, em relação à garantia do direito à soberania alimentar, que compreendem estruturas organizativas e ferramentas de lutas com base nos princípios legítimos da Constituição Federal de 1988, que reconhece o acesso à terra como direito fundamental para  os povos indígenas, camponeses e comunidades quilombolas.

Desde 2004, essa é a quarta passagem de Aysu pelo Brasil, que realiza estudo das relações do MST com organizações populares de juventude do campo e cidade.

Em sua avaliação, a agricultura camponesa brasileira está muito à frente da Turquia. Para ele, os obstáculos maiores são as religiões e tradições específicas da terra natal. No caso religioso, as igrejas apoiam e suportam o capitalismo. “Me impressionou muito o envolvimento das pastorais no início da luta por terra aqui no Brasil”, afirma Aysu.

O objetivo do livro que está escrevendo é levar a inspiração do MST para quem o ler. A introdução foi feita por João Pedro Stédile. “Esse trabalho faz parte de uma série de livros que planejo escrever. Se a vida me permitir, escreverei mais três deles. O próximo que tenho planejado é sobre os Zapatistas e a experiência catalã”, adianta Aysu.

Para Fábio Andrey, do Coletivo de Relações Internacionais do MST, essa troca de experiências com camponeses de outros países é sempre muito produtiva.

“Nós acumulamos forças na luta contra o agronegócio, representado pelas mesmas grandes empresas, habituadas a agir da mesma forma opressora em todo o mundo”.

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