Mercantilização da crise ambiental: conflitos da ‘economia verde’ e os povos originários

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A crise ambiental e climática tem sido uma preocupação constante nas diversas geografias do planeta. Desde jovens e anciões, mulheres e homens até instituições, empresas e governos, há um consenso que demonstra preocupação sobre os custos ambientais provocados pelo crescimento econômico e o consumo desenfreado.

Neste sentido, as Nações Unidas propuseram um novo modelo econômico, a chamada Economia Verde, cuja implementação foi intensificada na década de 1990 e que está em pleno desenvolvimento em nossos dias. Tal economia foi desenhada para assistir os governos nacionais no “reverdecimento” de suas economias mediante a reestruturação e a reorientação de suas políticas, investimentos e gastos no que diz respeito a uma séria de setores, como as tecnologias limpas, as energias renováveis, hidrelétricas e parques eólicos, projetos de mineração, transporte verde, a edificação de cidades verdes e bosques sustentáveis.

Se por uma lado estão os governos, as empresas e as instituições internacionais de financiamento, impulsionando a Economia Verde em todo o mundo, por outro lado, estão os povos, principalmente indígenas e campesinos, que sempre tiveram vínculo espiritual com a natureza.

Nas últimas duas décadas, especialmente nos países da América Latina, estes povos vêm sendo expulsos de seus territórios para dar lugar a megaprojetos enquadrados no chamado ‘desenvolvimento sustentável’.

Em muitos casos eles estão sendo criminalizados com leis antiterrorismo por tentar deter este tipo de desenvolvimento. Na América Latina, há aumentado o índice de assassinatos e de ameaças a ativistas ambientais que lutam contra  megaprojetos de energias limpas, agricultura industrial, o desmatamento, projetos de mineração, hidrelétricas, entre outros, como revela o relatório intitulado “Quantos mais?”, da organização Global Witness. Segundo o documento, de 2015, 75% dos assassinatos aconteceram na América Latina.

Nosso projeto consiste em investigar com rigorosidade os impactos reais do novo modelo de Economia Verde e retomar as alternativas destes povos à crise ambiental e climática, com foco no México e América Central.

Objetivos:

1. Chegar até comunidades indígenas e campesinas do México e América Central para reportar as situações que estão enfrentando e seus modos de vida.

2. Criação de um Observatório da Economia Verde, uma página web onde devem ser concentrados os seguintes materiais que evidenciarão as relações entre Economia Verde e as violações de Direitos Humanos:

  • Entrevistas, análises, artigos e reportagens realizados durante viagens aos povos do México e América Central
  • Vídeos e galeria de fotos
  • Mapas e documentos

Este material será livre para o uso das comunidades indígenas, campesinas, organizações sem fins de lucro, movimentos sociais, assim como para os meios livres e independentes.

3. Produção de um livro-reportagem a partir das investigações e entrevistas feitas durante as viagens às comunidades, com o objetivo de relacionar a Economia Verde e as violações de direitos humanos, com especial atenção à situação das mulheres.

Este livro deve ser impresso e produzido em formato multimídia. A versão eletrônica será acompanhada por um mapa interativo e dinâmico que permita localizar cada um dos países, os principais projetos do modelo de Economia Verde, os principais povos e os assassinatos de ativistas ambientais.

Nosso compromisso é aprofundar a investigação e chegar nos lugares em que os meios comerciais ou massivos não chegam.

Atreva-se a fazer parte deste projeto.

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Sobre os integrantes:

Renata Bessi, brasileira, é jornalista freelancer de TruthOut, Programa de las Américas e colaboradora da Agencia Autónoma de Comunicación Subversiones, com trabalhos publicados em  Upside Down World, Agência Pública de Periodismo Investigativo e Repórter Brasil. Finalista do prêmio “Líbero Badaró de Jornalismo”, 2014, no Brasil, com a reportagem “Transposição do Rio São Francisco ameaça terras indígenas”.

Santiago Navarro F., mexicano, jornalista freelancer  e fotógrafo. Forma parte da Agencia Autónoma de Comunicación, Subversiones. Colaborador da Radio da Universidade Autônoma Chapingo. Tem publicado em veículos como: Truthout ,Americas program , Upside Down World.

O documentário “Aquí estamos, no estamos extintos (2015)”, de Renata Bessi e Santiago Navarro F., foi reconhecido pelo jurado do Festival Internacional de Cine y Video de los Pueblos Indígenas – 2015 como melhor trabalho na categoria “Proceso socio-organizativo de los Pueblos Indígenas”. Foi exibido no Chile, Argentina e Espanha.

Clayton Conn é fotógrafo e jornalista, cujo trabalho tem sido publicado em espaços comoFree Speech Radio News, Upside Down World e NACLA. Foi membro da equipe editorial da revista Desinformémonos. Desde 2014 é correspondente da teleSUR English, no México.

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