Coordenador do CIR entrega plano integrado da PNGATI ao comandante geral do Exército em Roraima durante reunião com lideranças indígenas

Ascom/CIR

“É um momento histórico esse diálogo, entre indígenas e os militares, porque a nossa história sempre foi marcada por atos de violência, as lideranças indígenas não esquecem o aconteceu no passado, mas precisamos avançar nesse diálogo”, expressou o coordenador geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Mario Nicacio, ao iniciar sua fala durante a reunião com lideranças indígenas realizada na manhã desta terça-feira, 11, no Comando Geral da Brigada de Infantaria de Selva, em Boa Vista.

A reunião, promovida pela Brigada, reuniu representantes de organizações indígenas e demais lideranças das regiões Serras, Baixo Cotingo, Serra da Lua, Raposa, Tabaio, Surumu e São Marcos, além, dos indígenas que moram na cidade, representantes das instituições públicas do Estado, como Ministério Público Estadual (MPE), Secretaria Estadual de Saúde (SESAU), Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Secretaria de Segurança Pública, vereadores do município de Uiramutã e demais convidados.

A reunião teve como pauta informar sobre as operações contra delitos transnacionais e ambientais que serão realizadas durante a Operação Curare, além de apresentar as atividades de ação cívico sociais a serem realizadas nas comunidades indígenas.

O comandante geral da Brigada, Algacir Antônio Polsin, apresentou diversas ações promovidas pelo Exército, entre elas, as ações da Operação Ágata e Curari realizada em Roraima e disse que a intenção é fortalecer a relação com as comunidades indígenas para o bom andamento das ações. “Fortalecer a presença do Estado nas regiões mais remotas, responder a demanda da sociedade e das comunidades indígenas, contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas, suprir as necessidades sem comprometer as gerações futuras, fortalecer os laços de amizade do Exercito e indígenas”, foi um dos pontos apresentando pelo comandante ao comentar sobre o convite feito aos indígenas.

 Um dos programas apresentado pelo comandante foi o Programa Força nas Fronteiras que executa ações de apoio a saúde, segurança, manutenção de estradas e contribuição para o desenvolvimento sustentável em regiões localizadas nas áreas de fronteira. Existe um cronograma para atender nos próximos meses, algumas comunidades indígenas na região da Serra da Lua, município de Bonfim, comunidades indígenas na região da Raposa, município de Normandia e na Raposa Serra do Sol, município de Uiramutã.

“Nós juntos, somos mais fortes, agentes das agências brasileiras, temos condições de superar as diversidades”, expressou o comandante ao reafirmar a intenção de buscar o diálogo com as comunidades indígenas.

Para o bom diálogo, entre as comunidades indígenas e o Exército, o coordenador geral do CIR, Mario Nicacio, prestou alguns esclarecimentos em relação à própria relação com o Estado. Segundo o coordenador, um dos pontos “é que os povos indígenas nunca deixaram de dialogar com o Estado, mas o Estado, os governantes é que negaram essa relação”, pontou Nicacio ao comentar um pouco sobre a relação com o Estado e suas instituições.

Outro destaque foi em relação à luta do CIR pela demarcação das terras indígenas, hoje, somando 32 terras indígenas no Estado. Com essa nova perspectiva de luta, o coordenador reafirmou a abertura de diálogo com o Exército para futuras ações que venham atender as comunidades indígenas, principalmente, a implementação de políticas públicas, ações já garantidas no Plano Integrado de Implementação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI).

Na ocasião, como coordenador do Comitê Gestor da PNGATI, Mario Nicacio, entregou um exemplar da publicação do Plano Integrado da PNGATI como forma de garantir a continuidade do diálogo.

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