Pescadores temem que garimpo esteja poluindo rio do sudeste do Pará

Garimpos da região ficam as margens do rio que desemboca no rio Fresco. Semas ainda avalia os danos causados aos rios e fauna aquática.

Do G1 PA

Pescadores de São Félix do Xingu estão preocupados com a cor barrenta da água do rio Fresco, no sudeste do Pará. Eles suspeitam que o rio esteja sendo poluído pela atividade garimpeira clandestina nas regiões de Tucumã e Ourilândia do Norte, onde também passa o curso do rio.

Os garimpos da região funcionam nas margens do rio Branco que desemboca no rio Fresco. É por esse caminho que estariam indo os produtos químicos usados para extração do ouro, como cianeto e mercúrio. Imagens compravam a mudança do rio de antes para os dias de hoje.

Quem vivia da pesca na região reclama dos prejuízos. “Moro aqui há 26 anos, quando cheguei a água era muito limpa, uma maravilha para banhar e hoje está desse jeito”, comenta o pescador Leônidas Maranhão. “O que a gente quer é que tomem providência disso, a gente tem criança pequena, tem neto, peixe não tem mais, o que nós vamos fazer”, questiona o pescador Valdinar Neves.

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente garante que no mês de setembro deste ano esteve na região fazendo uma fiscalização e que os danos causados aos rios e fauna aquática ainda estão sendo analisados.

“Foi uma operação conjunta que resultou em autos de infração embargo dessas áreas e interdição dessa atividades que estavam sem licença. Principalmente porque o garimpo acaba tendo, por conta da peculiaridade da atividade, um efeito danoso, não só na área de extração mas também no curso hídrico que passa nas proximidades. Então geraram autos de infração, relatórios de fiscalização, multas aplicadas, interditos e embargos em áreas que eram passíveis de licenciamento mas estavam sendo executadas sem licença ambiental”, explicou o Thales Belo, titular da Semas.

Para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o impacto é desastroso e difícil de ser reparado. A principal ameaça são as balsas garimpos que atuam de forma itinerante nos rios, de acordo com o instituto.

“Geralmente o que acontece com essas situações de garimpo é que você tem um impacto imediato, que é essa poluição extrema das águas do rio, que leva a contaminação da água utilizada por todo mundo, pela fauna, flora e seres humanos. Mas a longo prazo, pode haver a deposição de metais pesados o que pode inviabilizar a utilização desse rio por longos períodos”, afirma Leando Aranha, chefe de atividades técnicas do Ibama.

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