Após 16 dias internado em Brasília Carlos Giovani é transferido para Belo Horizonte

ASTHEMG

Ferido durante manifestação no dia 24/05 em Brasília, Calos Giovani, funcionário público aposentado da Fhemig (Fundação Hospitalar de Minas Gerais) e representante do núcleo da ASTHEMG (Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospital de Minas Gerias) dos aposentados, retorna a Belo Horizonte e ficará internado no Hospital João XXIII. Ele chegou ao hospital na madrugada de quinta-feira, 06/06.
Depois de 16 dias internado no Hospital de Base, em Brasília onde chegou a ficar durante vários dias em coma induzido. Com seu estado clínico considerado crítico e  passou por cirurgia de reconstrução dos ossos da face, que foram severamente danificados pelo disparo.

Carlos Giovani saiu de Brasília na quarta-feira (07), em uma ambulância alugada pela ASTHEMG. Ele ficará internado no Hospital João XXIII até que se restabeleça completamente. O quadro está estável, consciente.

A decisão de trazê-lo foi tomada pela ASTHEMG  e os familiares diante do descaso do governo de Brasília, que havia prometido dar toda assistência necessária para sua transferência e não cumpriu. Além disso, policiais à paisana, sem se identificarem, abordaram o aposentado no hospital questionando se saberia identificar o policial que atirou nele.

Trata-se de uma atitude suspeita, uma vez que deveriam comunicar previamente para ter o advogado acompanhando o Giovani. Apesar de denunciarmos esta atitude ao governo e a direção do hospital, eles nada fizeram.

Essa não foi a primeira vez que situações suspeita aconteceram. Quando Carlos Giovani deu entrada no hospital no dia, 24/05, o hospital não o registrou e dificultou acesso à informações sobre o seu estado. Inclusive negando que  a causa do ferimento, afirmando que tivesse sido ferido por bala de borracha. Fato este que o médico de plantão negou.

No dia seguinte ao ocorrido o diretor da ASTHEMG, Marcelino Santos, junto com familiares do senhor Carlos Giovani saíram de Minas e foram para Brasília para acompanhar o estado  dele.

O caso tomou conta do cenário nacional. A brutalidade com a qual ele foi atingido repercutiu nos jornais nacionais e internacionais. No dia 27, sábado, o presidente da ASTHEMG Carlos Augusto Martins e o diretor da UGT-MG Eduardo Sergio Coelho  foram a Brasília unir força com os que já estavam lá. Com apoio de parlamentares, e movimentos sociais da capital conseguiram com que o hospital entregasse um relatório médico aos familiares.

A ASTHEMG lamenta também a atitude do governo de Minas e da direção da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) que não foram capazes de demonstrar nenhuma solidariedade e atitude de apoio,  liberando, por exemplo, uma UTI aérea para transportá-lo de Brasília até a capital mineira. Giovani é funcionário público aposentado da Fhemig. É bom lembrar que recentemente o governado de Minas utilizou um helicóptero do estado, para transportar o filho, que estava com “indisposição” depois de uma festa.

Da mesma forma não liberou nenhum profissional para acompanhar durante o tratamento no Hospital de Base. Colegas de trabalho que se dispuseram a fazer companhia a Carlos Geovani foram por conta própria, em solidariedade, e terão os dias cortados no trabalho.

Apesar do descaso dos governos em ajudar Carlos Giovani  o ocorrido tomou conta de vários movimentos sociais e sindicais que organizaram discussões e uma rede de suporte.

Será melhor para ele estar em Belo Horizonte perto dos verdadeiros companheiros e dos familiares onde trabalhou durante muitos anos no Hospital João XXIII, onde se aposentou.

Foto capturada de vídeo. Policiais do DF disparam contra multidão e Carlos Giovane Cirilo é atingido

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Íris Morais Araújo.

 

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