Em Rondônia, indígenas Tenharim querem que estudos da hidrelétrica Tabajara sejam complementados

Segundo tenharins, cabeceiras dos rios Preto e Marmelo precisam ser estudadas para avaliar os impactos da barragem e também verificar existência de índios isolados na área afetada

Ministério Público Federal em Rondônia

Os indígenas da etnia Tenharim estão preocupados com os impactos direitos e indiretos da construção de uma barragem em seu território – a usina hidrelétrica Tabajara, no município de Machadinho D’Oeste (RO). Em reunião realizada na última quinta-feira (21) no Ministério Público Federal (MPF), os indígenas disseram que os estudos de seu território estão incompletos.

Os tenharins relataram que desde 2015 pedem a complementação dos estudos. Eles apontam que os estudos apresentados não compreendiam todo o território indígena que será atingido pela barragem, especialmente as regiões das cabeceiras dos rios Preto e Marmelo, onde háreferência de indígenas isolados. Mas até o presente momento, não foi dada continuidade aos estudos.

Os indígenas manifestaram preocupação com notícia divulgada pela imprensa informando que o canteiro de obras da hidrelétrica Tabajara já seria instalado no segundo semestre de 2018.

Eles informaram que existem 10 aldeias em seu território, totalizando cerca de 900 índios. Informaram também que não querem a barragem, mas que se a hidrelétrica for realmente construída, pedem que os estudos sejam feitos em todas as áreas impactadas, de forma que as compensações ocorram de maneira permanente e proporcional ao impacto sofrido pelo povo Tenharim.

O procurador da República Daniel Azevedo Lôbo informou que vai adotar providências para que os indígenas tenham acesso a todas as informações dos estudos já feitos, bem como solicitar estudos complementares, assegurando que o processo de licenciamento só avance com essa complementação.

Foto: Ascom/MPF/RO.

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