O evento tem como objetivo denunciar a impunidade e a violência enfrentada pelos povos do campo, das florestas e das águas, além de marcar os dois anos de atuação da Campanha
Na programação do Seminário dos Povos Conta a violência no Campo de hoje, 22/08 a Campanha Contra a Violência no Campo, que é organizada por mais de 60 entidades da sociedade civil, movimentos populares e pastorais sociais, realizará evento no Centro Cultural de Brasília (CCB), SGAN 601 Módulo D – Asa Norte- Brasília (DF), para divulgar a pesquisa “Massacres no Campo”. A pesquisa, que é inédita, analisa a impunidade do Estado e falhas nos processos judiciais em seis casos de massacres que marcaram a história de violência contra os povos, entre eles o massacre de Eldorado Carajás. A pesquisa foi realizada em conjunto com o Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e universidades públicas, incluindo a Universidade de Brasília (UNB).
O evento terá a participação dos pesquisadores Diego Dhiel, Halyme Franco e Ronilson Costa do Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS) e conta também com a participação de camponeses, indígenas, quilombolas, pescadores artesanais, ribeirinhos e outras lideranças dos Povos e Comunidades Tradicionais, representações da igreja católica e defensores dos direitos humanos.
Para marcar os dois de atuação da Campanha Contra a Violência no Campo, será lançado o vídeo institucional para mobilizar as ações de enfretamento. O vídeo ilustra dados que narra a violência sistêmica e luta dos povos para ter acesso à terra e o direito de ser e existir. Nestes dois anos de existência, a Campanha concentrou esforços na visibilidade, enraizamento e na incidência política junto às comunidades e sociedade.
O evento visa alertar para a grave situação de insegurança que assola comunidades e territórios do país, denunciar o alto índice de violência contra os povos e exigir ações efetivas do Estado. De acordo com dados recentes, o número de conflitos no campo aumentou drasticamente nos últimos anos, impulsionados por disputas de terra, desmatamento ilegal, especulação imobiliária e a expansão do agronegócio. O último relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) destacou 276 casos de invasões possessórias em 2023. Já o relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou que houve um aumento de mais de 2.000 conflitos ano passado, relacionados à disputa de terras. A maioria dos conflitos se concentram nas regiões norte e nordeste do país.
O seminário é organizado pela Articulação das Pastorais do Campo que integram a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Serviço Pastoral do Migrante (SPM), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Cáritas Brasileira e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Pastorais e organismo da igreja católica que mantém um vínculo estruturado e convivem com a mesma fé e compromisso, mantendo a luta junto aos povos para o cuidado com a casa comum. O Seminário também é organizado pela Campanha Contra a Violência no Campo, constituída há dois anos por entidades da sociedade civil, movimentos populares e pastorais.
Programação do dia
- Apresentação da pesquisa
- Lançamento do vídeo
- Espaço para debate
Serviço:
O quê: Divulgação de pesquisa inédita “Massacres no Campo” com lançamento de vídeo institucional
Quando: 22 de agosto às 9h
Onde: SGAN 601 Módulo D – Asa Norte
Organização: Campanha Contra a Violência no Campo e Articulação das Pastorais do Campo
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Seminário dos Povos Conta a violência no Campo, agosto de 2024. Foto: Cláudia Pereira/Articulação das Pastorais do Campo