Mulheres Indígenas do Rio Negro buscam fortalecimento e reconhecimento de seus direitos

Por Miguel Maia, Foirn

Tanto no Brasil, como em outros países da América Latina, as mulheres indígenas desempenham historicamente um papel fundamental como agentes de mudança nas famílias, comunidades e na vida de seus povos.

Porém, a cultura indígena sempre foi tratada com muito desprezo no Brasil, fora a imagem caricata com que os indígenas são representados e a apropriação que se faz de sua cultura. A ONU Mulheres destaca que as indígenas são essenciais em diversas economias, trabalhando por segurança e soberania alimentar, além do bem-estar das famílias e comunidades.

As mulheres indígenas acabam sendo um grupo que pouco ouvimos falar — até mesmo pouco pensamos — quando falamos de Feminismo. Além do cotidiano indígena estar muito longe da maioria das pessoas, há o problema do desrespeito brutal a essas etnias.

Os povos indígenas brasileiros são tratados como cidadãos de segunda classe, tendo suas vidas decididas por medidas governamentais arbitrárias e vivendo em constante conflito por disputas de terras, entre outras. As mulheres indígenas acabam sendo alvos de violência sexual, ameaças e assassinatos.

Fora as dificuldades em relação à saúde e educação. Nesse contexto é que a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro – FOIRN, através do Departamento de Mulheres Indígenas, realiza a VII Assembléia Eletiva do Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro. São 120 representantes das organizações representativas das mulheres rionegrinas, além de representantes do movimento de Manaus (AMARN) e da Amazônia Brasileira (COIAB).

O evento que iniciou hoje, 20/10, encerra amanhã com eleição de novas coordenadoras do Departamento de Mulheres da FOIRN. O evento está acontecendo na maloca Casa dos Saberes da FOIRN em São Gabriel da Cachoeira.

A agenda de discussões recobre, em geral, a garantia dos territórios tradicionais, o direito a saúde e educação diferenciadas, pois o entendimento mais ou menos é que “o movimento de mulheres indígenas é para fortalecer o movimento em geral, a política dos Povos Indígenas é única” disse, Rosilda da Silva, coordenadora do Departamento de mulheres da FOIRN, da etnia Tukana.

Foto: Ray Baniwa/Comunicação/Foirn

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