Por conta do acidente, Sabesp reduziu captação na ETA Cubatão e alerta para possível falta d’água
Rio Cubatão foi atingido por um vazamento de petróleo na noite desta terça-feira (22). O material, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cestesb), é proveniente do Terminal Terrestre de Cubatão da Transpetro, localizado às margens do manancial. Ainda não é possível quantificar a área da contaminação, nem os prejuízos. Por segurança, a captação de água foi parcialmente suspensa e o abastecimento na região pode ser afetado.
Desde o início da manhã, equipes tentam conter os estragos do acidente ambiental. Pelo menos sete barreiras de contenção já foram lançadas ao rio pela Transpetro para evitar que o óleo se alastre. Um caminhão hidrovácuo também já está em um dos pontos de maior concentração e é usado pelos agentes ambientais para retirar parte do material da água.
A Prefeitura de Cubatão informou que deslocou técnicos de duas pastas à região, assim como equipes da Comissão Municipal da Defesa Civil. Técnicos da Cetesb também estão acompanhando os trabalhos de contenção. A agência informou que foi acionada ainda durante a noite pela própria empresa, sobre o ocorrido, e constatou o vazamento de petróleo cru.
A Companhia Ambiental disse que ainda não é possível identificar os reais danos ambientais, nem estimar o volume vazado de petróleo, que vazou de uma caixa de válvula de transferência do produto, causando o transbordo para uma galeria de drenagem. Os técnicos acompanham a continuidade das ações de rescaldo e a colocação de barreiras ao longo do rio, bem como a realização da limpeza e remoção do material na área externa à empresa.
Penalidades serão avaliadas pelo órgão estadual somente após o atendimento emergencial. Foram realizadas coletas de água na entrada da captação da unidade da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) para identificar uma possível alteração da qualidade. Até o momento também não foi identificada mortandade de peixes.
O Núcleo de Emergências Ambientais do Instituto Brasileiro Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enviou dois analistas para área do vazamento. No local, de mais de 5 quilômetros, eles dividiram a área em sete partes, sendo duas, as mais próximas ao vazamento, já analisadas.
“Até o momento não observamos animais mortos e o vazamento já acabou. Nossa maior preocupação agora é com o manguezal”, diz Fernanda Pirillo, coordenadora de Emergência Ambientais do Ibama
Possível falta d’água
Mais do que um impactar o ambiente, o vazamento pode comprometer o abastecimento de água para cidades da região. O manancial fornece água à Estação de Tratamento de Água (ETA) Cubatão e, por conta do ocorrido, a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) precisou reduzir de 4,2 mil litros para 3 mil litros, preventivamente, a produção no sistema.
A medida foi tomada para preservar a qualidade da água distribuída à população e a integridade dos equipamentos da estação, que é responsável por quase 50% da água tratada produzida na região. A recomendação é que moradores de Cubatão, Santos e São Vicente economizem, pois o abastecimento poderá ser afetado ao longo do dia.
O Terminal de Cubatão, que interliga o Planalto Paulista, a Baixada Santista e a Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), é utilizado como parque de armazenamento intermediário nas situações de bombeamento ou de recebimento de produtos do Planalto ou para o Planalto. A instalação continua operando normalmente.
A Transpetro informou que detectou um vazamento de óleo em uma linha interna do Terminal Terrestre de Cubatão por volta das 19 horas de terça (19h). A empresa disse que as ações de contingência foram adotadas e o vazamento foi interrompido em seguida. As causas do incidente ainda estão sendo apuradas.
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Imagem: Diversos pontos do rio estão contaminados – Rogério Soares.
Enviada para Combate Racismo Ambiental por Íris Morais Araújo.
