Acontece entre os dias 23 e 26 de maio, a Caravana Territórios contra o Racismo Ambiental no Rio de Janeiro. Construída pelo Instituto Pacs, a atividade conta com a participação de pessoas que se organizam em lutas nascidas no Rio de Janeiro, Maranhão e Ceará e irá visitar territórios atingidos por portos, mineradoras e pela especulação imobiliária em Magé, Caxias, Santa Cruz e Paraty.
Além de moradores das localidades citadas, também integram o grupo pessoas de articulações em torno de conflitos socioambientais em Caucaia-CE, Açailândia-MA e Volta Redonda-RJ e representantes do GT Mulheres da Articulação Estadual de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), da Fase, da Justiça Global, da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA).
Em Magé e Caxias, pescadores, marisqueiras e agricultoras vivem impactos históricos de empreendimentos industriais, com destaque para os petrolíferos, que poluem e esgotam os bens comuns: terra, água e solo. Além disso, há a pressão constante da especulação imobiliária sobre as áreas verdes remanescentes. Da mesma forma, moradores de Santa Cruz, Volta Redonda, Caucaia e Açailândia experimentam as intempéries de serem vizinhas de empreendimentos siderúrgicos com alto potencial poluidor e de adoecimento.
Em Paraty, comunidades tradicionais constroem a resistência cotidiana de afirmar o lugar no mundo de quilombolas em um cenário local de forte especulação imobiliária e apropriação privada da terra e da água. Além disso, desenvolvem o turismo comunitário como forma de fortalecer os laços da comunidade e gerar renda no próprio território.
Racismo Ambiental
A partir da visita a esses territórios e da realização de oficinas temáticas, o encontro busca a troca de saberes entre movimentos críticos a megaempreendimentos e práticas extrativistas e agroecológicas. Segundo explica Janaina Pinto, pesquisadora do Instituto Pacs, o combate ao racismo ambiental é o ponto comum em cada um desses territórios. “Aproximar pessoas e lugares aparentemente apartados e propiciar esse diálogo é para nós uma estratégia de fortalecer o enfrentamento a este modelo de desenvolvimento racista e injusto. É apontar que há resistência e outras formas de viver, mesmo em territórios marcados pela presença da especulação imobiliária, grandes indústrias e portos como estes que iremos visitar”, explica. A iniciativa conta com apoio do GT Mulheres da Articulação Estadual de Agroecologia do Rio de Janeiro, da Justiça Global e da Fase Rio.
Serviço
Caravana Territórios contra o Racismo Ambiental no Rio de Janeiro
23 a 26 de Maio – Magé-RJ, Caxias-RJ, Santa Cruz/Rio de Janeiro-RJ e Paraty-RJ,
Mais informações: [email protected] / [email protected]