Artista faz ativismo poético em Paraisópolis para marcar assassinato de jovens em baile funk

Frases como “o seu voto cheira a sangue” e “não acredite em contos de fardas” foram escritas pela artista Ana Letícia Penedo como forma de marcar uma semana do massacre na comunidade

Por Luisa Fragão, na Fórum

A comunidade de Paraisópolis amanheceu neste domingo (8) com diversas intervenções artísticas em seus becos e vielas. Frases como “o seu voto cheira a sangue” e “não acredite em contos de fardas” foram escritas pela artista Ana Letícia Penedo como forma de marcar uma semana do assassinato de nove jovens pela Polícia Militar de João Doria em baile funk no último domingo (1).

As artes fazem parte da “7ª ação do sudário – passos da paixão” do ativismo poético “O vazio que há em mim habita o cheio que há em você”, idealizado por Penedo e que propõe “reflexões sobre o vazio” através de intervenções urbanas. A ação partiu primeiramente da reflexão sobre os refugiados, os sem teto e os movimentos de ocupação no país e no mundo.

“Em reverência às vítimas da violência urbana, as ações pretendem desenhar na cidade uma cartografia da dor. A 7ª ação aconteceu no local onde morreram 9 adolescentes, mortos pela violenta ação da polícia militar, na saída de um baile Funk, na madrugada do dia 1 de dezembro de 2019, em Paraisópolis”, relata a artista.

O trabalho na comunidade foi realizado no Viela do Loro, onde aconteceu o ataque mais violento, esquina da Rua Ernest Renan. “O que vimos hoje lá na comunidade foi um ambiente de respeito e dor”, conta.

Ana Letícia Penedo é carioca, mas radicada em São Paulo desde 1987. Iniciou sua trajetória na década de 1990, com formação em diferentes cursos de arte e participação em exposições e salões. 

Foto: Cleston Teixeira.
Foto: Cleston Teixeira.

Frases como “o seu voto cheira a sangue” e “não acredite em contos de fardas” foram escritas pela artista Ana Letícia Penedo como forma de marcar uma semana do massacre na comunidade de Paraisópolis. Foto: Cleston Teixeira.

Comments (2)

  1. Não acreditem em contos de ladrões e traficante, usuários de drogas e assassinos. A polícia replime onde a lei não está sendo cumprida. Esse discurso vai cair por terra quando as informações chegarem nos ouvidos surdos. Viva a PM!

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