Assembleia de MS aprova relatório que criminaliza Cimi em sessão relâmpago e sem discussão sequer

Foram apenas 5 minutos e 48 segundos: Relatório que criminaliza entidade que apoia causa indígena no Brasil é aprovado em sessão relâmpago sem sequer ser discutido em Casa de Leis

O deputado estadual Pedro Kemp (PT/MS) mostrou indignação durante o que seria a sessão que votaria a aprovação ou não do relatório da CPI do CIMI (Conselho Indigenista Missionário). Defensor da entidade que apoia a causa indígena em Mato Grosso do Sul, o parlamentar que integra a comissão foi pego de surpresa ao chegar no plenário e se deparar com o esvaziamento do local. O relatório que indicia missionários, indigenistas e o CIMI foi aprovado em 5 minutos e 48 segundos sem a presença de Kemp e do colega Marquinhos Trad (PMDB/MS). Ambos questionam a falta de provas como erro grave no relatório final.

“Estranhamente, o relatório final foi aprovado numa sessão relâmpago. Durante todo o tempo que durou essa CPI aqui na Casa (Assembleia Legislativa) sempre foi dada tolerância de 10 a 15 minutos. Hoje, estranhamente começou no horário para a aprovação do relatório. A CPI foi instaurada com vício de ilegalidade com objetivo claro de criminalizar a entidade que apoia a causa indígena no Estado. Uma CPI não pode começar já julgando e condenando! Não concordo de forma alguma com o relatório do deputado Paulo Corrêa por falta de provas, produzido com base em “diz que me diz”, com base em achismos. Seria impossível acompanhar o voto do relator”, disse Kemp.

Já Marquinhos Trad, vice-presidente da Comissão, também demonstrou indignação. “Foi rasteiro”, afirmou o deputado, que também emitiria questionamentos – “posicionamentos contrários que colaborariam com o debate democrático”, disse ele. Ainda de acordo com informações, Trad também mostrou indignação principalmente pelo fato de que o colega Pedro Kemp ter sido atuante, participativo das discussões e em muitos momentos preocupado em estar presente para que a presidente tivesse quórum e pudesse realizar os trabalhos.

Os deputados que fizeram a votação sem esperar os outros colegas se apegaram ao fato de ter havido quórum, já que estiveram presentes a presidente (deputada Mara Caseiro (PSDB/MS), o vice-presidente (Onevan de Matos (PSDB/MS) e o relator (Paulo Corrêa), todos defensores do agronegócio na Casa de Leis.

“Foi cerceado o direito de todos os membros da CPI. Apresentado um relatório inconsistente e falho, na medida que propõe responsabilidade civil e criminal sem provas. Vou protocolar à Mesa Diretora desta Casa a minha posição contra esse relatório”, finaliza Kemp.

 

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