por Tomi Mori, em A Flecha
Mais de dois meses passados do massacre da fazenda Yvu, em Caarapó, no Mato Grosso do Sul, a polícia federal, no dia 18, prendeu apenas 5 ruralistas pelo massacre aos guarani-kaiowas, que resultou em vários feridos e na morte de Clodiode Rodrigues de Souza, que era agente de saúde da SESAI, em 14 de junho.
Entre os detidos encontra-se Nelson Buainain Filho, marido de Silvana Cerqueira Amado Buainain, proprietária legal da fazenda.
Os detidos são acusados de homicídio, lesão corporal, formação de milícia privada, constrangimento ilegal e dano qualificado.
O Ministério Público criticou a polícia federal por ter adiado a prisão por mais de quarenta dias.
Ainda que tenha ocorrido a prisão dos cinco ruralistas é de se perguntar porque esse número é tão pequeno. No momento do massacre havia um grande número de ruralistas e pistoleiros. Segundo declarou ao jornal El País o irmão de Silvana Amado Buainain, José Armando Cerqueira Amado, “Na manhã de terça-feira, ela chegou ao local acompanhada do marido e de um grupo de fazendeiros da cidade. Os índios estavam lá e houve discussão. Os produtores rurais soltaram rojões e os índios fugiram para a aldeia, que faz divisa com a fazenda”.
Como vemos pelas próprias palavras de seu irmão, que também é advogado, Silvana participou do massacre. Então, por que não foi detida. E todos os fazendeiros que estavam lá, porque não foram detidos?
Segundo nota a imprensa, do dia 15 de junho, o Sindicato Rural de Caarapó, por meio de sua diretoria afirma: “Ao chegar em Caarapó, Nelson pediu apoio a alguns produtores, no intuito de os mobilizarem a ir para sua propriedade.”. De acôrdo com a versão do sindicato, o sindicato rural foi informado que os produtores com medo de retaliação ou reação por parte dos índios utilizaram fogos e bombas para dispersá-los. Como vemos, até bombas foram utilizadas contra os Guarani-kaiowas.
As vítimas do massacre afirmam que havia cerca de 70 fazendeiros e pistoleiros e a prisão de apenas 5 ruralistas mostra que a justiça se nega a cumprir seu papel, mantendo uma situação de impunidade para a maioria dos participantes do crime.
Matéria parcial, preconceituosa e, consequentemente, nociva para quem quer ver a causa indigena e o fim dos conflitos resolvidos. O que esta matéria objetiva? Noticiar? Pacificar? Colaborar na solução dos conflitos? …. … … Parece que não. Deve ter relação com o nome do site …… manter vivo o racismo ambiental.