De Olho nos Ruralistas lança série de vídeos sobre cultura e povos do campo

Episódios do especial De Olho na Cultura serão publicados às sextas-feiras; temas vão de festas populares ao trabalho de artistas e intelectuais, destacando o protagonismo dos povos indígenas, quilombolas e camponeses; canal do observatório no YouTube completa 10 anos em março

Por Nanci Pittelkow, em De Olho nos Ruralistas

O programa De Olho na Cultura ganhou espaço próprio e terá episódios lançados semanalmente, toda sexta-feira. O primeiro, sobre a multiplicidade criativa e o engajamento social e ambiental do músico francês Manu Chao, já está no ar. “A ideia da série é abordar a cultura ligada aos povos do campo, incluindo indígenas, quilombolas, sem-terra, camponeses, ribeirinhos e outros povos tradicionais”, explica Luís Indriunas, um dos roteiristas do canal. “A obra de artistas engajados com as causas dos povos do campo também são destaque do programa”.

Na próxima sexta-feira, dia 9 de fevereiro, em clima de Carnaval, será lançado o episódio sobre os indígenas, quilombolas e sem-terra que já foram temas de sambas-enredos na Marquês de Sapucaí, no Rio, e no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. Em 16 de fevereiro, o programa segue com o roqueiro-repentista Zé Ramalho, que leva suas raízes sertanejas (e camponesas) para os acordes da guitarra.

A editoria surgiu em 14 de setembro de 2021, em meio ao governo Bolsonaro, como parte da série De Olho na Resistência, um boletim semanal com as principais notícias sobre as lutas dos povos do campo. Além das novidades da semana e dos destaques culturais, o programa trazia entre seus blocos o De Olho na História, que retrata personagens e os fatos que marcaram a luta dos povos do campo e que já tem uma playlist própria no canal.

Além dos blocos destacados das editoria De Olho na Resistência, o observatório produzirá novos episódios ao longo de 2024. Confira abaixo o primeiro vídeo da série:

CANAL COMPLETA 10 ANOS EM MARÇO

De Olho na Cultura traz temas e abordagens pouco vistos na mídia convencional. Cineastas como Glauber Rocha, Ken Loach e Geraldo Sarno são comentados a partir das propostas rurais e agrárias de suas obras. A contribuição dos povos originários nas artes são detalhadas em episódios sobre as obras de artistas indígenas nas Bienais e sobre o efervescente cinema indígena brasileiro. A editoria também traz foco para a preservação das línguas e para o retorno do emblemático manto Tupinambá ao Brasil.

Origens e significados de festas populares e tradicionais, como o Boi-Bumbá e as Festas Juninas, também são marca registrada do programa. Serão exibidos ainda episódios sobre o papel cultural do vinho e da cachaça na sociedade, sobre literatura e cordel, sobre os “sem-terrinhas”, parteiras e o cinema cubano. Em intercâmbio com a cultura latino-americana, o projeto traz conteúdos a respeito da poeta Gabriela Mistral e o músico Victor Jara, ambos chilenos, e do bordado de resistência das arpilleras.

A iniciativa marca os 10 anos do canal De Olho nos Ruralistas no YouTube. O observatório teve início em março de 2013, com a publicação de uma série de entrevistas, antes mesmo do lançamento do portal jornalístico. Até o momento foram publicados 285 vídeos, com destaque para os que abordam a rede de financiamento da bancada ruralista e da  bancada do garimpo, a história de luta contra o trabalho escravo encarnada por Pureza Lopes, e a tentativa de golpe promovida pelo agronegócio em 8 de janeiro de 2023.

Além das três temporadas dos De Olho na Resistência, o canal destaca as editorias De Olho no Congresso, De Olho na História, Terror Agrário, De Olho no Genocídio — denunciando a gestão criminosa do governo Bolsonaro durante a pandemia —, e as séries eleitorais De Olho nas Eleições e #EleMente. Também traz o documentário Sem Clima e reportagens especiais produzidas pela equipe de jornalismo do observatório.

Imagem principal (Reprodução/Glauber Rocha): editoria propõe um olhar do campo sobre a produção cultural brasileira.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

17 − seis =